A suinocultura brasileira vive um momento de grande dinamismo em 2025 – e apesar dos desafios de custos de produção e exigências regulatórias cada vez mais rigorosas – o setor avança em produtividade, sustentabilidade e acesso a mercados internacionais.
Neste artigo investigamos o panorama atual, as práticas de gestão de dejetos e anda conversamos com um especialista que fala sobre o principal elemento de qualquer biodigestor: a geomembrana.
Os desafios para o produtor
O Brasil segue entre os quatro maiores produtores mundiais de carne suína, com uma produção estimada de cerca de 4,5 milhões de toneladas em peso de carcaça. O desempenho é puxado principalmente pelo Centro‑Sul (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul), que responde por mais de 70% do total nacional.
Tendências de mercado
Em relação ao consumo interno per capita, o do brasileiro aproxima‑se de 17 kg/ano, movido pela busca por proteínas mais acessíveis em um cenário de inflação e renda estagnada.
Em relação as exportações, o agronegócio suinícola segue diversificando destinos, com embarques rumo à Ásia (China, Hong Kong e Filipinas) e à União Europeia, totalizando cerca de 1,2 milhão de toneladas em 2024.
Oportunidades
A busca por valor agregado (cortes especiais como lombo defumado e presunto curado) têm maior margem de lucro e atraem nichos premium.
Com tecnologia e automação, sensores para monitoramento ambiental, sistemas de alimentação inteligente e genética avançada elevou-se índices zootécnicos e se reduziu custos por animal.
Com a rastreabilidade digital plataformas baseadas em blockchain e QR Code reforçaram a confiança do consumidor e viabilizaram a exportação para mercados mais exigentes e regulados.
Desafios
Os custos de insumos como o milho e a soja, principais componentes da ração, seguem voláteis; a alta do frete e do dólar pressionam o custo de produção.
O aspecto das doenças suínas: embora o País permaneça livre de peste suína clássica e africana, a vigilância é permanente; surtos de PRRS (Síndrome Reprodutiva e Respiratória Suína) e influenza exigem protocolos rígidos de biossegurança.
A sustentabilidade precisa estar no cerne do negócio pois pressões socioambientais e metas de emissões de carbono exigem que o produtor invista em práticas de manejo que conciliem produtividade e menor impacto ambiental.
Biodigestores: gestão eficiente de dejetos
- Princípio: decomposição anaeróbia da cama e esterco, gerando biogás (60–70% metano) e biofertilizante.
- Vantagens: redução de odores, mitigação de emissões de metano, geração de energia (para motores ou injeção na rede) e fertilizante orgânico rico em nitrogênio.
- Desafios: investimento inicial elevado (de R$ 150 mil a R$ 500 mil para sistemas de médio porte) e necessidade de operação técnica especializada.
Exemplo que vem do Sul
João Silva é proprietário da Granja Santa Luzia (3.000 matrizes) em Cascavel/PR. O produtor rural adota práticas de precisão e sustentabilidade desde 2022.
O criador paranaense revela quais foram os principais desafios para se adequar às novas normas sanitárias. De acordo com ele “o maior desafio foi estruturar a barreira sanitária: tivemos que construir duas casas de passagem, criar câmaras de desinfecção de veículos e treinar toda a equipe. Além disso, o investimento em software para rastreabilidade foi alto, mas hoje facilita a gestão e dá segurança em eventuais auditorias.”
Na fazenda foi instalado um biodigestor de 150 m³, que atende toda a produção. Esse equipamento gera cerca de 20 m³/dia de biogás, suficiente para gerar eletricidade e abastecer parte da refrigeração das salas de maternidade. O biofertilizante vai direto para os campos de milho e soja, reduzindo em 30% a compra de fertilizantes químicos.
O alto valor agregado da geomembrana para biodigestor
Felipe Augusto Diniz é Gerente de Qualidade da Lonax e conversou conosco sobre os processos de produção e sobre a alta tecnologia empregada na fabricação da geomembrana.
Lonax Play: Quando se vê um pedaço de geomembrana não se enxerga o quanto de valor agregado, de processos e exigências ele passou para chegar ao ponto de venda. Como é o processo de fabricação da geo?
Felipe: A geomembrana é um produto com altas exigências de resistência e durabilidade. Além da utilização de materiais desenvolvidas especificamente para garantir que essas exigências sejam atendidas o processo de fabricação desde o recebimento da matéria prima precisa ser controlado. Todas as matérias primas recebidas são avaliadas em laboratório e então liberadas para o processo de extrusão do tipo balão (blown film) onde os aditivos (negro de fumo, estabilizantes e antioxidantes) são acrescentados através de equipamentos de dosagem eletrônica precisão. Os materiais então são misturados e processados pela máquina extrusora transformando-se em chapas de espessuras variadas que são enrolados em tubos no formato de bobinas. A cada bobina fabricada, uma amostra de produto é retirada e enviada para teste em laboratório, de acordo com os padrões de controle de qualidade internos.
Lonax Play: No caso do uso em biodigestores, a geomembrana Lonax oferece que tipo de garantias para o suinocultor ?
Felipe: Por se tratar de um produto com baixíssima permeabilidade, tanto para fluidos quanto para gases, no revestimento da cúpula, a geomembranas fecha hermeticamente o biodigestor e garante a retenção dos gases gerados no processo biológico, diminuído a perda desses gases no processo.
No revestimento do fundo ela atua como barreira para evitar a contaminação do solo e lençóis freáticos. Além disso, as geomembranas possuem uma grande resistência mecânica e uma alta flexibilidade, principalmente as geomembranas de PEBDL, o que garantem o desempenho do produto após a aplicação por um longo período de tempo.
Lonax Play: Você é o Gerente de Qualidade da Lonax. Quais os insumos utilizados na fabricação da geo? São utilizados reciclados?
Felipe: As geomembranas LONAX são fabricadas com polietileno 100% virgem, aditivado com negro de fumo, antioxidantes e estabilizantes necessários para garantir a durabilidade e as características do material. Não são adicionados materiais reciclados pós consumo no processo de fabricação.
Em resumo
A suinocultura brasileira em 2025 equilibra crescimento e inovação, mas exige do produtor constante atualização: seja para aproveitar janelas de exportação, cumprir normas sanitárias mais rígidas ou adotar soluções ambientais de ponta. A combinação de gestão profissional, tecnologia e compromisso com a sustentabilidade é o caminho para garantir competitividade e vida longa ao setor.

Da redação Lonax Play.
Lincoln Gomide, Jornalista Responsável.
Com revisão da equipe de Comunicação da Lonax.