Otimizar a produção: o caminho para uma suinocultura mais eficiente

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Diante da crescente pressão por rentabilidade, a suinocultura brasileira busca estratégias para reduzir custos sem comprometer a produtividade nem o bem-estar animal. O controle eficiente dos gastos passa, principalmente, pela gestão da alimentação e pela adoção de tecnologias de manejo e biosseguridade que aumentem a eficiência do sistema como um todo.

Segundo a Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS), a alimentação representa até 75% dos custos totais da produção. Por isso, otimizar o manejo nutricional é a principal ferramenta de economia. Práticas como o fornecimento por fases, o uso de enzimas e aditivos naturais, além da análise constante dos índices zootécnicos, garantem melhor conversão alimentar e maior ganho de peso por quilo de ração consumido.

O zootecnista e consultor técnico Caio Bertolini afirma: “Ao monitorar de perto os dados de desempenho e ajustar dietas de forma estratégica, o produtor pode economizar de 8% a 15% no custo por animal abatido”. Ele também destaca a importância das compras programadas de insumos e o uso de ferramentas de nutrição de precisão como aliados em períodos de alta nos preços do milho e do farelo de soja.

Ambiente que gere conforto aos animais

Outro ponto de atenção é a ambiência. Sistemas mal ventilados ou com temperatura inadequada aumentam o consumo energético e reduzem a eficiência alimentar. Investimentos simples, como cortinas automatizadas e ventilação forçada, trazem retorno direto sobre o desempenho dos lotes e reduzem perdas por mortalidade ou estresse térmico.

Na prática, muitos produtores têm adotado sistemas de manejo alternativo que reduzem o uso de antibióticos e favorecem o desenvolvimento natural dos animais.

A suinocultora Juliana Costa, de Minas Gerais, compartilha sua experiência: “Ao reforçarmos a biosseguridade, usamos menos medicamentos e nossos animais crescem mais saudáveis. Isso impacta diretamente no rendimento de carcaça e reduz os custos com tratamentos corretivos”.

Fonte: Envato

Controle sanitário: pilar de uma produção mais eficiente

Garantir a sanidade do plantel e o bem-estar dos suínos é mais que uma exigência ética e legal — trata-se de um diferencial competitivo. Um ambiente de criação que proporciona conforto térmico, manejo humanizado e controle rigoroso de doenças impacta diretamente nos índices zootécnicos, como ganho de peso, conversão alimentar e taxa de mortalidade.

A base do controle sanitário está na biosseguridade, que começa ainda no planejamento da granja, com estruturas que evitem o cruzamento de fluxos de pessoas, animais e veículos. Barreiras físicas, como cercas e pedilúvios nas entradas, associadas ao uso de roupas exclusivas dentro das instalações, reduzem drasticamente o risco de entrada de agentes patogênicos.

Além disso, a adoção de protocolos vacinais personalizados por fase produtiva e região é indispensável. Em granjas tecnificadas, softwares de gestão sanitária ajudam a manter o calendário vacinal atualizado e monitorar a ocorrência de enfermidades, permitindo ações rápidas e pontuais. Doenças como circovirose suína e PRRS (Síndrome Reprodutiva e Respiratória dos Suínos) exigem vigilância constante.

Fonte: Envato

Bem-estar animal como diferencial

A melhoria do ambiente físico e do manejo é hoje um dos maiores desafios — e oportunidades — da suinocultura moderna. “O mercado externo valoriza certificações de bem-estar. Países da Europa, por exemplo, já impõem restrições à carne de produtores que não seguem protocolos específicos”, explica o veterinário André Morais, consultor em granjas do Sul de Minas.

Entre as boas práticas destacam-se a ventilação adequada, controle de temperatura, enriquecimento ambiental com materiais manipuláveis (como cordas ou blocos de palha) e densidade animal compatível com cada fase de crescimento. A redução do estresse e de disputas entre os animais favorece um crescimento mais uniforme e reduz a necessidade de antibióticos.

Outro aspecto fundamental é o manejo racional e a capacitação da mão de obra. Animais bem tratados reagem melhor ao manejo, adoecem menos e demandam menos intervenções. Capacitar os colaboradores para identificar sinais clínicos precoces, aplicar contenção humanizada e manter boas práticas de higiene é um investimento com retorno garantido.

O produtor Jeferson Almeida, de Mato Grosso do Sul, afirma que o foco na sanidade e no bem-estar permitiu reduzir em 15% o uso de medicamentos em sua granja. “Além do custo menor com tratamentos, o desempenho zootécnico melhorou. E o frigorífico reconhece nossa carne como de melhor qualidade”, destaca.

A integração entre saúde animal e conforto no manejo resulta em suínos mais saudáveis, maior produtividade e acesso a mercados mais exigentes. Com planejamento, apoio técnico e tecnologia, o produtor garante sustentabilidade e eficiência, respeitando os animais e elevando a qualidade de sua produção.


Monitoramento constante

Para alcançar o equilíbrio entre economia e qualidade, é essencial manter um acompanhamento técnico regular, com análises laboratoriais, visitas a campo e simulações de custo por quilo produzido. A rastreabilidade dos dados facilita decisões rápidas e evita desperdícios ao longo do processo.

Além disso, o uso de ingredientes alternativos e regionais — como sorgo, milheto e subprodutos do etanol — tem se mostrado eficaz na formulação de dietas mais acessíveis e igualmente eficientes. O importante é garantir que cada fase do crescimento receba uma formulação específica, alinhada aos objetivos do sistema produtivo.

No cenário atual, com margens apertadas e um mercado cada vez mais exigente, investir em nutrição estratégica é mais do que uma alternativa — é uma necessidade. Reduzir custos sem perder qualidade é possível, desde que o produtor esteja disposto a inovar, buscar conhecimento técnico e adaptar sua estrutura à realidade do campo.

Suinocultores celebram resultados

“Já havia expectativa por um bom ano nas exportações, mas os números realmente surpreenderam. Os embarques de carne suína in natura entre janeiro e junho de 2025 totalizaram mais de 630 mil toneladas e US$ 1,626 bilhão — um crescimento de 19,2%, o que representa 101,4 mil toneladas a mais no volume e 34,8% a mais em receita (+US$ 419,4 milhões), em relação ao mesmo período do ano passado”, destaca a ABCS (Associação Brasileira de Criadores de Suínos).

“O desempenho da suinocultura brasileira é resultado direto do trabalho do suinocultor. Com profissionalismo, eficiência e foco em sustentabilidade, ele tem garantido o abastecimento interno, gerado empregos no campo e promovido a competitividade do Brasil no comércio global de alimentos”, ressalta Ricardo Santin, presidente da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal).

Da redação Lonax Play.
Lincoln Gomide, Jornalista Responsável.
Com revisão da equipe de Comunicação da Lonax.

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